Dando continuidade a este blog, tentarei situar o rumo da nova etapa a explorar. Nesse sentido, apresento algumas reflexões sobre a prática educativa que estou (a-mos) construindo em grupo, isto é, os Projetos de Aprendizagem, na perspectiva da EAC (Experiência de Aprendizagem Colaborativa), da Educação Conectada.
Ao iniciar o programa, não tinha muita clareza sobre o que seria tudo isso, mas muita expectativa sobre essa nova possibilidade de desenvolver um trabalho em grupo e à distância. Do início até aqui, muitas coisas aconteceram, principalmente no que diz respeito às reflexões, ou um certo aguçamento do olhar para a minha própria prática educativa, uma ampliação inevitável, por exemplo, sobre a noção de desenvolvimento de trabalhos a partir de projetos – projeto do, professor ou da escola –, inclusive, como já havia experimentado. As diferenças entre as práticas anteriores e a que estamos nos propondo aqui são mais do que evidentes e motivadoras, a partir do momento em que a base é o fazer do aluno, orientado pelo professor, ou melhor, orientador.
Por que, então, dar continuidade ao blog e não criar um novo. Acredito que a opção pela manutenção veio da preocupação inicial, isto é, criar um espaço para discutir propostas de práticas educativas. Num primeiro momento, a proposta era discutir estratégias de leitura e produção de textos, bem como aprender a trabalhar com essa ferramenta, o blog, explorando outras possibilidades de interação, além do e-mail, por exemplo, ampliando as minhas próprias possibilidades de comunicação à distância, o que infelizmente acabei interrompendo. Além disso, a preocupação geradora da ação continua e sinto-me bastante estimulado a prosseguir, agora, sob nova perspectiva.
Dando prosseguimento ao programa, isto é, começando a construir meu PA, gostaria de contar um pouco como a pergunta geradora surgiu.
Semana passada estive trabalhando o anúncio publicitário com meus alunos e os textos que usamos para a leitura e análise eram voltados para o público feminino. A cada texto fomos descobrindo um certo olhar caracterizador do papel da mulher na sociedade e como essa caracterização estava sendo construída pela linguagem. Nem preciso dizer que as discussões foram bem acaloradas.
Bem, mas o que isso tem que ver com a pergunta norteadora do PA que deveria construir? Pois é, enquanto pensava nas estratégias para trabalhar esse gênero textual com os alunos, pensei em tomar essa atividade como um possível começo de trabalho de pesquisa dos alunos, por exemplo, sobre a representação da mulher na literatura – um projeto do professor, claro (rsrs) –, o que poderia ser uma estratégia motivadora para despertar o interesse pela leitura e produção de textos. A partir daí, comecei a lembrar de trabalhos que enfocam a mulher representada na MPB, em especial na obra de Chico Buarque. Daí me perguntei: e o homem, como aparece ou como é tematizado, por exemplo, na MPB? Confesso que não conheço trabalho específico sobre esse tema, ou esse recorte. Será que existe algum? Lembro-me de ter visto algo nessa linha em relação ao cinema. Enquanto procuro, pensei em propor para mim a pergunta, mais ou menos assim: de que forma o gênero masculino é representado na MPB? Acho que a pergunta é bastante aberta, apesar do corte MPB, e poderia gerar uma coleta de dados bem interessante. Provavelmente, pensei, terei que fazer novo corte, por exemplo período/época etc. Mas por onde começar?
Depois de muito tropeçar, comecei a ouvir algumas música e encontrei algumas coisas interessantes e que, de certa forma, me deixaram um pouco assustado no que diz respeito ao modo como agrupá-las. Até agora não consegui me decidir quanto a isso, pois ainda estou ouvindo as músicas de forma aleatória, principalmente no rádio, mais ouvindo do que lendo, pois me falta a parte escrita. Essa é uma das dificuldades, para a qual tenho que encontrar uma solução, pois enquanto ação exploratória, ainda dá para contornar, mas começando a pensar nas referências, as coisas começam a se complicar, principalmente por falta de dados.
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